Sindicato dos metalúrgicos entrará na Justiça contra Camfer
O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) decidiu, nesta quarta-feira (20), que apresentará uma ação coletiva na Justiça do Trabalho contra a empresa de usinagem Camfer, com a intenção de exigir o pagamento da rescisão de contrato e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de cerca de 150 trabalhadores que foram demitidos desde março pela companhia. Na terça-feira (19), durante audiência na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Paraná (SRTE/PR), a Camfer anunciou que fecharia as portas e demitiria todos os 90 funcionários que ainda tinham vínculo empregatício.
A decisão do SMC foi tomada em uma assembleia realizada nesta manhã em frente à sede da empresa, que fica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Segundo Osvaldo da Silva Silveira, diretor administrativo do sindicato, desde março a empresa já teria demitido mais de 50 funcionários sem fazer o pagamento dos direitos trabalhistas. Ele afirma que a intenção é acionar a Justiça ainda esta semana. “Estamos juntando a documentação necessária e na quinta-feira (21) recolheremos as assinaturas de todos os funcionários demitidos”, afirma.
Silveira garante ainda que o grupo de funcionários e ex-funcionários que está acampado em frente à metalúrgica desde a manhã de segunda-feira (18) permanecerá no local para impedir que membros da diretoria da empresa entrem no prédio para retirar equipamentos.
“Impedir que eles retirem as máquinas é nossa garantia de que eles poderão pagar as indenizações”, explica. O sindicalista calcula que o pagamento de verba rescisória para os funcionários demitidos deve chegar ao valor de R$ 800 mil. “Teremos trabalhadores acampados até que todos os pagamentos sejam feitos e a situação seja resolvida”.
A reportagem tenta entrar em contato por telefone com a Camfer desde a terça-feira (19), mas ninguém atende as ligações. O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná (Sindimetal-PR) também foi procurado e informou que a entidade não comentaria o caso porque não estava a par da situação. O presidente do Sindimetal-PR, Roberto Karam, não consegue entrar em contato com nenhum representante da Camfer, informou a assessoria de imprensa do sindicato nesta quarta-feira.
Portas fechadas
Fundada em 1984, a Camfer trabalha com usinagem e produz peças para máquinas agrícolas. No último dia 13, segundo Silveira, trabalhadores que chegaram à Camfer encontraram as portas fechadas. “Os metalúrgicos receberam a orientação de voltar para casa e aguardar até a segunda-feira, quando a empresa voltaria a funcionar”, afirma. “Mas desde a segunda-feira ninguém da administração aparece”.
O sindicato acusa a Camfer de fechar as portas sem avisar os funcionários previamente. Segundo os trabalhadores, a fábrica parou a produção sem decretar falência, sem romper contratos com clientes ou demitir trabalhadores.
(Fonte: Gazeta do Povo; 20/05/2009)