Bom Dia Paraná: juiz Eduardo Baracat fala sobre problemas enfrentados pelos trabalhadores portadores do vírus HIV
Em entrevista ao Bom Dia Paraná desta quinta-feira (30/6), o juiz Eduardo Milléo Baracat, titular da 9ª Vara do Trabalho de Curitiba, falou sobre a importância de se debater a discriminação dos trabalhadores portadores do vírus HIV e, com isso, colaborar no combate ao preconceito e promover mudanças nessa área.
“A ideia central é informar para não discriminar. Esse é o nosso objetivo. Dialogar com a sociedade e mostrar através de exposições de especialistas porque não se deve discriminar”, explicou o magistrado, que é um dos organizadores do seminário Aids e Trabalho – Um ano da Recomendação 200 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que começa no final da tarde de hoje em Curitiba, na sede do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná.
O evento, organizado pela Escola da Associação dos Magistrados do Trabalho do Paraná (Ematra) em conjunto com a Anamatra e a Escola Judicial do TRT da 9ª Região, conta com o apoio da Amatra9 e do TRT-PR. São esperadas 250 pessoas, entre operadores do Direito, médicos, representantes de sindicatos e organizações não governamentais, estudantes, magistrados e procuradores do Trabalho.
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Casal portador de HIV diz que sofre preconceitos no mercado de trabalho
Um casal, que é portador do vírus HIV há 20 anos e que não quis se identificar, afirma que já sofreu preconceito no trabalho por causa da doença, em Curitiba. O homem conta que perdeu o emprego depois de levar atestados ao chefe da empresa porque estava debilitado. Ao ser questionado pela demissão, o chefe “virou as costas e me ignorou”, afirmou o soropositivo.
A mulher explica que também já passou por uma situação parecida. “A pior decepção pra mim foi quando eu entrei em uma lanchonete e contei para a proprietária que eu era portadora de uma doença, mas não disse exatamente o que era. Ela [a proprietária] simplesmente deduziu que poderia ser o HIV e me despediu”, contou.
O mercado de trabalho é uma das questões mais discutidas em reuniões de grupos de apoio, segundo presidente da ONG Amigos, Dino Lopes.
“Em muitas vezes a demissão é ‘forçada’ nas empresas. Eles [os donos de empresas] começam a induzir as pessoas a mudar e diminuir os padrões de trabalho, se sentir cada vez menos útil e com isso, eles [os funcionários] acabam ficando depressivos”, explicou.
“Hoje em dia é perfeitamente normal ter um funcionário com HIV em uma empresa, ele pode trabalhar tão bem quanto uma pessoa que não é portadora da doença”, finalizou Lopes.
(Fonte: G1 Paraná/ RPC TV – Bom Dia Paraná)