23 de maio de 2016

Amatra IX sedia lançamento de quatro livros

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Da esquerda para a direita, o presidente da Amatra IX, Paulo da Cunha Boal; o convidado, juiz do Trabalho aposentado e professor da PUC-MG, Márcio Tulio Viana, e os associados Thereza Gosdal e Leonardo Vieira Wandelli

Na quinta-feira (19/5), a sede da Amatra IX recebeu o lançamento de quatro livros, com destaque para a obra coletiva “Trabalho e regulação: as lutas sociais e condições materiais da democracia” (Práxis). Organizada pelos associados Leonardo Vieira Wandelli, juiz da 5ª Vara do Trabalho de São José dos Pinhais, Thereza Gosdal, desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), e pelo advogado Wilson Ramos Filho, a obra tem como coautores os associados Bráulio Gabriel Gusmão, ex-presidente da Amatra IX, e Ubirajara Carlos Mendes, corregedor do TRT-PR.

O presidente da Amatra IX, Paulo da Cunha Boal, destacou que a associação é reconhecida como espaço pluralista, democrático, aberto a todas as iniciativas de apoio à cultura e ao estudo do Direito. “Acreditamos na necessidade de fomentar o estudo, fomentar o debate sobre o Direito do Trabalho e sobre o Direito Social como um todo”, disse.

A primeira obra lançada, “Trabalho e regulação: as lutas sociais e condições materiais da democracia”, trata do resultado das atividades do Grupo de Pesquisa Trabalho e Regulação no Estado Constitucional (GPTREC), que congrega pesquisadores do UniBrasil e da Universidade Federal do Paraná.

De acordo com Wandelli, as contribuições do livro merecem atenção, pois só uma sociedade baseada em direitos fundamentais é capaz de proteger as pessoas das violências que a sociedade pode produzir contra elas. Para ele, a garantia desses direitos depende de uma luta cotidiana. “Não há direitos que não possam ser perdidos, não há conquistas democráticas que não possam ser perdidas e não há relações de fraternidade entre nós que não possam ser destruídas”, enfatizou.

A desembargadora Thereza Gosdal disse ver na pesquisa um complemento importante ao trabalho realizado, seja no Ministério Público, seja na Magistratura. “Acredito que nos traga outro olhar para aquelas situações com as quais nos deparamos no cotidiano do trabalho”, reconheceu.

Convidado

IMG_6842_webO evento contou com a presença do juiz do Trabalho aposentado e professor da PUC-MG, Márcio Tulio Viana. Na oportunidade, ele promoveu o lançamento dos livros “A função judicante: entre a racionalidade taylorista e a pós-modernidade”, “O juiz o operário e o bailarino: relações entre o palco, a fábrica e a sala de audiências” (editora RTM), além da obra coletiva “Como aplicar a CLT à luz da constituição: alternativas para os que militam no foro trabalhista” (LTr).

Ao discorrer sobre as obras, Viana falou sobre a velocidade frequentemente imposta ao trabalho do juiz e como isso pode afetar não apenas o magistrado, mas as sentenças por ele proferidas. “Sabemos que na Justiça do Trabalho vive-se uma compulsão pela produtividade, o que pode ter a ver com a imagem que a Justiça do Trabalho tenta reconstruir, já que ela, como toda instituição, especialmente do Estado, está em crise de legitimidade. Então, para responder a essa crise, ela trabalha com os elementos do nosso tempo, que são os números”, considerou.

O autor também apresentou reflexões sobre o “visível” e o “invisível”, termos que intitulam um dos capítulos da obra “O juiz o operário e o bailarino: relações entre o palco, a fábrica e a sala de audiências”. Segundo ele, há muito de invisível na audiência e no processo. “São tantas coisas que não enxergamos: os movimentos dos corpos, os sorrisos, os gestos, as simpatias, as antipatias. Até que ponto isso não nos afeta? Talvez a gente precise de tempo, especialmente na audiência, para enxergar o invisível.”

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